Thursday, November 09, 2006

mentirinhas de portão

fim de tarde, e do namorico de calçada. ela garota dos seus treze anos não chorava mais do que ele quando devolveu-lhe a pequena caixa com retrato e trancelim que fingia-se escapulário.

todos lhe disseram que amores de adolescência logo passam, você vai ver, solidários das frases feitas, e de afazeres outros que não podiam ser trocados por sua companhia já incõmoda.

40 anos depois, sua caixa toráxica guarda palavras de consolo as quais se agarra té hoje: “os amores da adolescencia logo passam”, repete ele, sempre que passa em frente daquela casa enquanto muda de calçada

No comments: